Pois depois de uma ponte ou outra...

O caminho continua rumo ao infinito!

A finalidade desse blog:

“Resolvi criar esse blog como um incentivo de força para ajudar-me a ser uma pessoa esplendida através da coragem de ser autêntica e espontânea, duas características que muito me cobro, duas qualidades que sempre me desafiaram a possuí-las e que dificilmente consigo ter na prática do dia-a-dia. Sempre preferi ficar calada para não entrar em conflitos ou não ter que ser falsa, pois nunca consegui impor respeito ao que penso e assumir minha individualidade expressando-a abertamente para defender o que sinto e sou em minha essência. Hoje sei que posso ser educada e humilde sendo verdadeira, exigindo respeito alheio, dizendo não corajosamente mesmo sabendo que vou desagradar o outro ou até provocar desavenças. Hoje eu percebo que é melhor enfrentar desavenças com alguém do que deixar esse alguém nos manipular, mandar e usar como se fossemos um objeto disposto a cumprir caprichos do egoísmo, da incompreensão, da intolerância, da inflexibilidade, da prepotência, da vaidade ou da falta de respeito alheia. Eu preciso ser Eu independente dos outros gostarem ou aprovarem o que sou. Eu preciso ser Eu sem fazer de conta que sou outra pessoa. Eu preciso viver o que sou sem agonia para tentar transparecer o que não sou. Preciso provar para mim mesma que posso arrancar esse vicio maldoso da minha personalidade medrosa. Estou cansada de fazer de conta e há anos as juras de ser verdadeira ficam apenas nas promessas de tentativas frustradas que nunca se efetuam. Dessa vez estou me propondo uma promessa diferente: todas as vezes que eu conseguir ser fiel ao que penso e sinto expondo o que sou sem constrangimento, medo ou culpa, recompensar-me-ei com uma escrita de parabéns postada nesse blog. A principio ele vai ficar meio vazio, mas esforçar-me-ei para postar muitos episódios de coragem nele. Eu sei que posso muito mais do que eu penso que posso. Eu sei que posso tudo o que eu quero e dessa vez não estou disposta a fracassos. Chega de viver de intenções, eu quero ser o que sou de verdade. Sei que sou esplêndida, mas ainda posso ser muito mais...” (22/01/2010)


domingo, 25 de julho de 2010

Por vezes... tudo dói!



Por volta de umas sete horas da noite “Alra” não segurou e colocou para fora todos os sentimentos estranhos que vinham lhe dominando, em verdade, desde o início do dia anterior (ou até mesmo acumulado de bem antes). Milhares de sensações negativas e contraditórias pulsavam em sua mente. Ela sentia-se profundamente insignificante e muito cansada em todos os aspectos. Em momentos de crise emocional ela podia jurar para si mesma o seu desejo imenso de deixar de existir e não fazer parte mais da criação divina. Claro que junto a isso vinha a enorme culpa pelos próprios desejos e sentimentos despropositados e fora de qualquer lógica. Mas como encontrar razão para aquilo que vai no coração? Depois de chorar por mais de duas horas sem parar e sem conseguir se alimentar, “Alra” tentou dormir e foi com custo que conseguiu. Embora não tenha tido um sono pesado, dormiu as doze horas seguintes e acordou com os olhos super inchados e ainda com uma sensação prevalecente de grande dor emocional. “Ameth” houvera lhe aconselhado a desfocar os pensamentos de si mesma mediante situações das quais se sentisse constrangida. Ela precisava quebrar o vínculo com a sensação angustiante provinda de seu auto-preconceito. “Alra” via com maus olhos a sua postura, mas não estava disposta a mudar seu jeito de ser, pelo contrário, ela queria apenas aceitar-se plenamente para ter paz consigo mesma sem ter que tentar disfarçar para seu próprio Eu os sentimentos conturbadores que reinavam em si. Mudar a visão que tinha de sua postura seria sair de um extremo e cair em outro, ou seja, praticamente impossível. O jeito, portanto, era tirar o pensamento da excessiva análise pessoal, ou seja, da própria postura mediante o meio social e o mundo externo dos relacionamentos humanos. Isso seria um trabalho diário e árduo, mas sumamente importante para seu bem-estar natural.

sábado, 24 de julho de 2010

O mal do auto-preconceito....


“Alra” levantou cedo e sete horas estava entrando no trabalho. Ela ficou no faturamento fazendo o serviço cansativo e já conhecido até as nove horas, momento em que foi para a reunião junto do pessoal. A reunião tratou de diversos assuntos sobre todos os setores, mas nada referente ao PABX. De toda forma, estar numa reunião era melhor do que ficar no faturamento e, ademais, era bom para ela tomar conhecimento das demais áreas de atendimento da unidade. A reunião acabou uma hora antes do final do expediente e “Alra” foi informada de que poderia sair e depois fazer uma ocorrência. Isso já não foi muito do seu agrado, mas uma vez tendo escutado isso da coordenadora, não teve como (e nem teria fundamento óbvio) dizer que ia ficar lá dentro atoa só para esperar dar o horário certo. Uma vez na saída foi convidada para ir numa sorveteria a dois quarteirões de distância e, sem jeito de não aceitar, lá foi ela desinteressadamente tomar sorvete com a turma. “Alra” relatou-me estar numa crise de auto-preconceito. Ela se sentia constrangida e desconfortada perto das demais pessoas, pois estas estavam sempre dialogando e “Alra” não sentia vontade de conversar com ninguém a respeito de qualquer coisa que fosse, a menos que o assunto tivesse real importância. Ela sentia preconceito de si mesma por ser introvertida, mas obviamente não queria deixar de ser assim (e nem conseguiria se quisesse). Sua situação era como a de um negro com racismo que não aceita a cor da própria pele, como um pobre que despreza a pobreza, como um obeso que abomina o excesso de peso ou como um paraplégico que se sente o maior doente do mundo. Ser introvertida para “Alra” era sinônimo de muitos aspectos negativos dos quais ela não julgava possuir: como ser tímida, orgulhosa, individualista, anormal, etc.
No fundo ela amava ser introvertida, mas no meio de pessoas puramente extrovertidas ela não conseguia sentir-se à vontade, natural, tranquila ou bem disposta ao que quer que fosse. Trabalhar no PABX era ótimo exatamente por lhe conceder o mérito do mínimo contato pessoal com os demais funcionários, mesmo que durante o momento de lanche ela tivesse que passar sua agonia extrema de ficar no meio de um bando de gente. Ela sempre ficava esperando um burburinho menor para ir até o refeitório, mas obviamente sempre encontrava com uns e outros por lá e isso lhe era péssimo. Ela cumprimentava e engolia o pão velozmente para retornar logo para sua sala isolada. Estar no meio dos outros fazia ela sentir-se muito mal com relação ao seu próprio auto-preconceito, a visão de si mesma enquanto uma pessoa indisposta ao contato humano, à intimidade, a comunicação e ao afeto expresso. Ela não fugia do contato humano, mas o detestava profundamente. Ela se amava enquanto introspectiva, mas no meio dos extrovertidos se sentia tão desconfortável que todo seu ser entrava em um choque fóbico. Lidar com isso não estava sendo-lhe nada fácil. Uma vez tendo a tarde livre, “Alra” aproveitou o tempo conforme pode e meditou bastante sobre si mesma e seus conceitos arraigados de auto-perfeccionismo e auto-senso crítico. A vida continuava lhe cobrando uma postura liberta e flexível mediante o próprio jeito de ser. Sua luta não estava sendo pequena.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

É a vida!

Olá....
Hoje meu dia de serviço foi super estressante. Fiz uma infinitude de ligações e o telefone não deu um segundo de sossego. Ainda assim ficaram muitas ligações pendentes para amanhã. Foi com alivio que cheguei em casa, fiz uma limpeza de pele com açúcar (esfoliação) e mel (hidratação), jantei e pude relaxar um pouco do dia agitado. Como se não bastasse o 'Jopi' me ligou. Ele só quer saber de me levar para comer pastelzinho, já que não impus limitação para isso, ou talvez me levar para dançar no Chamego, já que sair para dançar eu aceito facilmente e, em segunda instância, lá é o único lugar pouco frequentado que falta mulher para dançar com ele. Lidar com homem em certas circunstâncias é, no mínimo, lidar com desaforo. Mas tudo bem, não coloco fé de que ele realmente vá me levar para parte alguma e, além do mais, tenho pouquíssimo interesse, ainda mais agora que ando chegando bastante cansada em casa. A 'Yllaria' também já marcou por duas vezes (pela internet) de sairmos para dançar e de ultima hora ela não me liga e fico a esperar por nada. Com tudo isso vou aprendendo a fortalecer-me comigo mesma, pois preciso muitíssimo deixar de lado as intempéries, os desejos irrealizados, os homens deselegantes, os desprezamentos recebidos e as fragilidades pessoais. Preciso ser estável sentimentalmente sem preocupar, irritar ou entristecer-me por conta desses típicos infortúnios da vida.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

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sexta-feira, 16 de julho de 2010


“Olá para todos! Depois de fazer minha ginástica logo cedo, enxaguei algumas roupas, lavei a área dos fundos, varri o quintal, remexi nas plantas e ainda tive tempo para preparar (macerar) um banho caprichado de guiné, samambaia, rosa e brilhantina. Pouco antes de sair para o trabalho troquei a frase do MSN e Orkut por: '...Cada um sabe a alegria; E a dor que traz no coração...' Quanto ao cargo de telefonista, o dia foi bastante tranquilo: normal para uma sexta-feira. Disse para coordenadora do faturamento que ela pode me informar sobre qualquer reclamação à meu respeito. Ademais, hoje a pediatra Andreia foi pela segunda vez na minha sala levar uma lista de pacientes remarcados para eu avisá-los da mudança de data. Ela viu-me com o livro aberto em mãos e minha reação de interromper a leitura para dar-lhe atenção foi normal, sem àquela apreensão e auto-repressão que me fez outrora mascarar a situação real e esconder o livro embaixo da mesa. Mudar de postura é difícil, mas estou travando minhas auto-batalhas. Estou ciente de que não estou fazendo nada errado ou prejudicial a mim mesma. Sei das minhas responsabilidades e qualidades, portanto, não vou esconder o que penso e sou por conta de minha postura excessivamente crítica e ultra-moralista, muito menos por causa de uma insegurança provinda do meio externo. Quero aprender de uma vez por todas que o medo é uma arma voltada contra mim mesma. Posso ser cautelosa, mas insegura e medrosa eu não me aceito ser mais. Agora é assim: eu só pago o preço da verdade, da prudencia e da ousadia, o resto eu dispenso na força bruta. Independente do meu esforço ter valor, será a minha autenticidade a prova da vitória obtida. Enfrentar medo com covardia é recuo disfarçado, não adianta, é auto-enganação. É por isso que estou de face erguida assumindo-me um pouco mais a cada dia e situação. Veremos os próximos desafios ou acontecimentos em breve... Muita luz e paz a todos!”

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Me auto-enfrentando...

Olá para todos! Hoje meu dia de trabalho foi tranquilo e isso é ótimo! Geralmente o começo da semana tão tumultuado sempre contrasta com as quintas e sextas-feiras que são mais amenas. Dias atrás eu estava lendo um livro lá dentro quando entrou um mulher do setor do serviço social para fazer algumas ligações junto de um enfermeiro (ou médico, não sei ao certo). Nisso tanto ela quanto ele comentaram sobre o livro, mas eu não dei importância ao fato. Depois disso minha mãe encheu minha cabeça de receios e disse que não era para eu deixar ninguém me ver lendo por lá, pois poderiam pensar que estou deixando o serviço de lado para ler. Daí eu fiquei insegura e andei lendo cheia de tensão: a qualquer barulho eu colocava o livro logo debaixo da mesa e duas pessoas me viram escondendo 'algo'. Um delas fez um comentário perguntando o que eu estava comendo, mas sem graça eu ri e desconversei como se nada houvesse acontecido. Claro que isso gera em mim um desconforto insuportável, pois eu sei do meu trabalho e jamais deixaria de executá-lo para ler, mas também não quero ficar completamente atoa nos momentos em que o telefone está quieto e não tenho nenhuma ligação para fazer. A atendente do turno da manhã também lê nos momentos mais calmos e várias vezes já cheguei e sem nenhum problema encontrei-a lendo. Obviamente que ter chance de ler é difícil dentro daquela salinha, mas por vezes quase milagrosamente acontece. Depois do pânico de 'mascarar' minha leitura, percebi que estava agindo feito idiota, pois se a mesma não vai atrapalhar nem diminuir a qualidade do meu serviço prestado, não há razão de levar adiante a insegurança provinda de minha mãe. Hoje mesmo eu mudei de postura e já estou lendo com o livro sobre a mesa. Tenho a consciência tranquila de que estou cumprindo com a execução profissional que me é devida e não preciso ficar com medo de aproveitar ainda mais o tempo com uma leitura de vez em quando. Se isso me for prejudicial, ao menos eu sentirei-me vitoriosa por ter sido fiel ao que sou, por não ter ficado tensa fazendo papel de tola tendo a cada barulho que esconder o livro debaixo da mesa...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Importante: Na liderança...


“Nunca pensei que fosse ser líder de alguma coisa nessa vida, mas aconteceu e estou na liderança. Eis a hierarquia de poder da minha equipe:

'Pérolla', 'Miguel', 'Carlotinha', 'Ameth', 'Alra', 'Ágape', 'Virgínia', 'Eugênia', 'Maori Orima II', 'Ane', 'Mateus' e 'Gardênia'.

Por vezes a competição me faz mudar momentaneamente essa ordem. Sou flexível e pacífica para suportar o insuportável, mas briga eu dificilmente aguento ou permito, prefiro compreender, aceitar as opiniões divergentes e propor acordo para não validar uma discussão. 'Raombra' não entra na classificação, ela é uma espécie de influenciadora/assistente semi-oculta. Por enquanto assim estou eu com minha equipe...”

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quem sou na posse de minha sombra?

Para acrescentar o assunto sobre minhas personalidades internas, as quais foram descritas em postagens anteriores, também defini meu lado sombra. Confira em: http://desinibidaysegura-escritorasou.blogspot.com/2010/07/raombra.html

He: a chave do entendimento da psicologia masculina

“Olá para todos! Acabei de ler um livro chamado Hei. O autor diz que um mito está para a humanidade em geral, assim como o sonho está para o indivíduo. O sonho mostra a alguém uma verdade psicológica importante sobre si próprio. O mito, em contrapartida, mostra uma verdade psicológica importante que se aplica a toda a humanidade. Cita-se o mito do rei Fisher King que morava no Castelo do Graal e que foi ferido na adolescência (o livro relata os detalhes da história). Suas feridas foram tão graves que o impediam de viver; e, por outro lado, ele nem sequer conseguia morrer. Isso simboliza o poder masculino através da virilidade, representa o objetivo ainda por alcançar e não suportado que desestrutura o homem. O rei é carregado numa liteira por onde quer que o rei vá, gemendo, gritando, sempre agoniado.

O único momento em que se sente feliz é quando está pescando, mas isso não deve ser entendido literalmente; pois não é indo pescar que um homem se cura. A pesca em si (enquanto figurativa) é apenas um símbolo para o trabalho com o inconsciente, lutando para tornar consciente o processo de individualização que foi interrompido no início de sua adolescência. O Fisher King governava o Castelo do Graal, onde o Santo Graal (cálice da ultima ceia cristã) era guardado. Mas a história nos conta que o rei não pode tocá-lo por causa dos seus ferimentos, nem pode ser alimentado por ele. O fato de ter todas as coisas que o poderiam fazer um homem feliz não adiantavam, porque elas não cicatrizavam as feridas dele e seu sofrimento era justamente pela sua incapacidade de tocar as coisas boas, a felicidade que tinha ao seu alcance. No mito, é o bobo da corte quem pode curar Fisher King, e isso nos mostra que é a parte ingênua do homem que vai curá-lo.

Se um homem pretende curar-se, deverá reencontrar algo dentro de si que tenha a mesma idade e mentalidade que tinha na época em que foi ferido.
Outra história fala sobre Parsifal, o qual matou o cavalheiro Red Knight, atingindo-o através de um dos olhos. Na versão francesa essa foi a única morte em todo o mito. Parsifal derrotou dúzias de cavalheiros no decorrer da história, mas somente matou o Red Knight. A vitória sobre este pode ser conseguida internamente, externamente, ou em ambas as dimensões. De qualquer forma, o Red representa o estofo viril, forte e masculino de que tanto necessita qualquer garoto. Se o Red for morto externamente, então o rapaz adquire a virilidade masculina, por superar um grande adversário. Tal vitória pode consistir em vencer algum tipo de competição, chegar em primeiro lugar superando oponentes ou desafiando alguém. É a feroz competição da adolescência e da masculinidade em geral. Quase todo rapaz tem de competir e ganhar de alguém. Vitórias não existem sem derrotas, o que significa que também ele terá de perder algumas vezes. Se um homem não tomar cuidado, poderá passar o resto da vida se comportando como um Red. Mas há também uma dimensão interior nessa disputa.

Para se tornar homem, o menino precisa dominar sua própria agressividade; precisa até mesmo saber como ser agressivo, uma vez que é necessário sê-lo, mas numa forma controlada, para que a agressividade esteja à sua disposição consciente. Deixar-se vencer pela ira e violência não é bom sinal; sua masculinidade ainda não está formada. Psicologicamente, terá sido, assim, derrotado dentro, no interior, pelo seu Red. Seu ego jaz prostrado; o Red interior venceu, emergindo como um ferrabrás terrível, de gênio violento, agindo como um vândalo e até mesmo assumindo condutas criminosas.

Assim, todo menino, no seu processo para tornar-se adulto, tem de aprender como dominar seu lado violento e integrar em sua personalidade consciente, essa terrível tendência masculina que leva o homem à agressão. Visto por esse ângulo, o Red é o lado sombrio da masculinidade, o negativo, o lado potencialmente destrutivo.
Continuando a história, Parsifal chegou ao castelo de Blanche Fleur, uma jovem desesperada. Ela foi a principal donzela do mito. Tudo o que Parsifal fez depois disso foi por causa dela. Blanche pareceu ser a mulher mais inconvincente que se possa imaginar, mas é preciso lembrar que não é uma mulher externa de carne e osso.

Figurativamente essa jovem é uma parte da estrutura íntima de Parsifal, ou seja, sua mulher interior. Se fosse uma mulher externa, por certo teria sido dispensada. Um menino em processo de crescimento vai brigar com todos os membros de sua família, para deles se libertar, e muitas vezes pode projetá-los psicologicamente em outras pessoas. As leis da psique, as que regem a parte interior, são muito próprias, e frequentemente diferentes das externas. A questão de como um homem tratar a mulher interior, e principalmente como diferenciá-la da externa de carne e osso, é a parte mais importante do mito. Parsifal é instruído a lidar com Blanche, isto é, sua anima, usando seu sentido nobre, útil e criativo, e não valendo-se da sedução, que é destrutiva, pois é uma forma de possessão.

Quando é dito que não se deve seduzir a donzela interior, isso significa que o homem não deve procurar humores bons, euforias, pois isso significaria violentar o lado feminino. Deve-se procurar realização pessoal, mas não euforias. A anima se apodera de coisas muito pouco práticas e o faz por puro impulso. Já velho, Goethe chegou à incrível observação de que a meta do homem é servir à mulher porque aí ela o servirá.

Referia-se à mulher interior à musa, que é portadora da beleza, da inspiração, da delicadeza, de todo o lado feminino da vida. É bonito, um servir ao outro. Parsifal entendeu isso e manteve o relacionamento adequado com Blanche: não seduziu e não se deixou seduzir. Foi fortalecido por ela, devotado a ela servindo-a e estando sempre por perto.
A pior das brigas entre um casal ocorre quando o lado feminino do homem se debate contra o lado masculino da mulher, porque ambos estão inteiramente tomados. Mas não precisaria acontecer isso se a mulher se advertisse de que não é por sua culpa que o homem está num estado ruim. Os humores do homem são problema dele, e se ela simplesmente ficar de lado por algum tempo e parar de se sentir culpada, ele poderá sair desse estado.

Há, no entanto, um ponto de genialidade que a mulher pode trazer à tona, se for capaz e se realmente quiser: é ela tornar-se mais feminina do que o humor que o está atacando. Aí ela poderá tirá-lo desse estado. Mas é muito, muito difícil para uma mulher fazer isso, porque sua reação automática é deixar sair a espada do animus e começar a desferir golpes. Se, ao invés, ela souber usar de paciência para com ele, e deixar de ser tão crítica, se representar para o homem a verdadeira virtude feminina, aí sim conseguirá ajudá-lo. Para isso precisará de uma feminilidade amadurecida, forte o suficiente para enfrentar a feminilidade espúria que o homem está criando naquele instante. Uma coisa é certa, ele projetará tudo nela e estará convencido de que a mulher é uma bruxa; e, mais, que seu mau humor é culpa dela. Faz parte da natureza da anima e do animus, na sua forma primitiva, viver de projeções.

A maioria de nós se encontra nesse estado de primitivismo interno, mas se um homem tem um bom relacionamento com a sua mulher interior, também se dará bem com a exterior. Muitas mulheres são donas dos seus sentimentos como muitos poucos homens podem ser, e muito problema surge porque elas presumem que eles tenham o mesmo tipo de controle que elas. Quando ele estiver se tornando presa dos humores, a mulher deverá abster-se de qualquer julgamento ou crítica, naquele momento, se possível.

Esperar todo esse tempo é duro para uma mulher, claro, mas se ela se lembrar de que o tal humor é basicamente problema dele e não culpa sua, poderá encontrar sabedoria para esperar pelo momento mais apropriado e para descobrir o que causou os problemas.
O livro explica que o nascimento de Cristo pode dar-se também em nós, se nossa alma interagir com Deus; e, quando acontece, é tão miraculoso ou inacreditável quanto o nascimento virginal. Se ficarmos presos à dúvida histórica, no sentido literal do nascimento de Jesus, nunca chegaremos ao significado intimo de sua verdade profunda. Muito do Cristianismo é resumido por leis que são dirigidas à parte mais íntima dos seres e que devem ser entendidas em forma de parábola, pois não foram feitas para a conduta exterior. Poucas pessoas, entretanto, dão-se conta desta diferenciação. Se confundirmos essas leis – internas e externas – teremos um problema. Se um homem tratar a mulher externa de acordo com as leis que são apropriadas à sua feminilidade interior, à sua anima, acontecerá um caos.

Quando o homem começou a sentir a complexidade da anima e o perigo que ela representava para ele, mas sem entender que esse perigo provinha do próprio interior, iniciou-se a caça às bruxas. Em vez de dominar o interior feminino, que é perigoso, ele optou por queimar algumas criaturas que estavam se comportando fora dos padrões. É raro o homem que conheça bastante sobre seu componente interior feminino, sua anima, ou que tenha um relacionamento satisfatório com ela. O homem só tem duas alternativas: ou ele rejeita seu lado feminino, que então se voltará contra ele em forma de maus humores e seduções insidiosas, ou ele aceita tal lado e se relaciona bem com sua parte anima.

O relacionamento do homem com a sua anima expressa-se em sua fisionomia. É só andar nas ruas e observar os transeuntes para ver como se dão com ela. Um indivíduo sem nenhum contato com seu lado feminino torna-se duro, inflexível, amargo, e se sentirá corroído por dentro.
Esse lado feminino faz parte da vida e transmitirá força e entusiasmo ao homem. Alguns homens parecem ter um potencial muito grande de anima, o que significa que possuem mais do feminino dentro de si. Isso em si não é nem bom, nem mau. Se eles conseguirem fazer com que seu lado feminino se desenvolva bem, tornar-se-ão altamente criativos, sem que deixem de ser másculos por causa desse poderoso componente feminino interior. Nestes casos estão incluídos os artistas, videntes, os homens intuitivos e sensitivos, que têm muito valor cultural para qualquer sociedade. Mas se eles não puderem chegar a um acordo com a mulher interior, ela os atropelará e acabará, muito provavelmente, por destruí-los. Toda mulher rejeitada torna-se negativa, e essa mulher interior não é exceção.
Tudo aquilo que é rejeitado pela psique de alguém se torna hostil. Fama e adulação estão para a anima em um relacionamento inverso. Assim, quando o indivíduo alcança muito sucesso, frequentemente torna-se passível de ter problemas com sua anima. A expressão técnica que designa esta crise é melancolia de involução. O homem poderá aprender muito quando chega a este ponto. De fato, ele precisará aprender muito, se quiser vencer a depressão. Esta é a característica que estraga e destrói o homem por volta da meia-idade, quando, de repente, o sabor desaparece de todas as coisas.
Um dia o homem percebe que as manifestações no sentido da extroversão não foram úteis e não o levaram à resolução de seus conflitos. O aumento de sua fortuna, ou uma segunda esposa, ou ainda qualquer outra atividade exterior que ele persiga, nada o levará a solucionar seus conflitos pessoais consigo mesmo. Aí o homem volta-se para o ermitão interior, aquele que mora numa casinha na floresta, e é lá que ele vai buscar a força ou o poder de que tanto necessita. O eremita é a representação do lado introvertido da herança masculina. O caminho do ermitão não apresenta contrastes violentos como o do Red que permite ao menino ganhar força e brandir a espada.

Além disso, enquanto ermitão, o menino não perde o Castelo do Graal de modo ruinoso e total como aconteceu com Parsifal ao não fazer a pergunta recomendada por Gournamond (A quem serve o Graal?). De qualquer maneira, ser ermitão é uma forma rara de procedimento, ainda que não seja incomum pais do tipo Red terem filhos do tipo ermitões. Um filho assim terá um caminho diferente. Todos somos em parte eremitas e todos, de vez em quando, montamos nossos cavalos de batalha e partimos num grande arroubo. Portanto, é mais próximo da realidade dizer-se que cada homem tem dentro de si ambos os elementos, e a ambos é sábio cultivar.
O Castelo do Graal não existe fisicamente, pois é uma realidade interna, uma experiência da alma. Fica melhor descrito como nível de consciência. O Castelo é uma sensação que aparece num determinado estado de consciência. É imagem poética, visão mística, não existe no que se chama comumente de realidade. Um garoto acorda com algo novo dentro de si, um poder, uma percepção, uma força, uma visão: é o Castelo do Graal. É incapaz de descrevê-lo, de permanecer nele, mas, a partir dessa experiência, ele não será mais o mesmo.

O Castelo do Graal é como todas as coisas que são reprimidas no inconsciente. Longe de nos livrarmos delas, descobrimos que estão em toda parte, atrás de todas as árvore, de todas as portas, olhando-nos por detrás de todas as pessoas que encontramos. Uma menina nunca sai do Castelo do Graal. Um ponto que precisa ficar compreendido é que as mulheres têm naturalmente a noção de beleza, de que são integradas ao meio; elas estão sempre à vontade, em qualquer parte do universo, e isso não acontece com o homem. Muitos homens tentam fazer com que uma mulher externa preencha sua solidão, ou seja, tenta transformá-la no Graal. É pedir que uma coisa externa venha preencher uma necessidade interna, mas isso não dá certo, por que o exterior nem sempre é compatível com o interior e a mulher externa não pode ser aquilo que não é.
Números, na mitologia e nos sonhos, são frequentemente bastante elucidativos. Algumas vezes, quando alguém se depara com um dilema insolúvel, precisa reduzir um pouco sua consciência para poder retornar à ação. Se conseguir ir adiante, ascender ao próximo número, isso, claro, será a melhor solução. Caso contrário, precisará regredir um pouco para poder libertar-se e voltar a agir. O dois é ruim porque fica-se preso na dualidade; o um e o quatro são fáceis de trabalhar. Assim, o dois e o três são difíceis, instáveis, incompletos, mas são estágios necessários pelos quais devemos passar.

Portanto, todo respeito para com eles; mas não é preciso demorar-se neles. Jung sugere, muito apropriadamente, que o dogma católico de 1950 sobre a assunção da Virgem Maria em corpo e alma para o céu é uma afirmação dogmática da quaternidade. Maria, em corpo, vive em majestade nos céus. Tomando ao pé da letra é um absurdo; mas, visto psicologicamente, é muito importante porque é a inclusão de um elemento terrestre, feminino, na Trindade Celestial, formando assim a plenitude, a totalidade.

Por fim, gostei e concordo com a definição do autor ao dizer que o objetivo da vida não é buscar a felicidade pessoal, mas sim ser útil ao plano de Deus. Todas as circunstancias da busca do Graal são para servir a Deus. Ao compreender isto e assim desprezar as pueris noções de que a finalidade da existência é apenas a felicidade pessoal, a pessoa vai encontrar a verdadeira e total felicidade. Quanto menos contente consigo próprio, mais um homem está descontente com os outros. Se formos úteis à nossa realidade, seremos, sem dúvida, felizes. Se, no entanto, vivermos apenas perseguindo a felicidade, somente conseguiremos que ela jamais apareça. Do livro é isso. Paz e luz a todos!”

Do livro é isso. Paz e luz a todos!”

***
i JOHNSON, Robert A. He: A chave do entendimento da psicologia masculina. Trad.: Maria Helena de Oliveira Tricca. São Paulo: Mercuryo, 1987.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

E-mail enviado...


“Olá amiga! Obrigada pela sua admiração e por me ver como uma pessoa com auto-discernimento além do normal para a minha idade. Algumas vezes escutei pessoas dizendo isso ao meu respeito, mas se de um lado isso parece uma boa vantagem, por outro angulo há uma desvantagem: na vida prática pareço encolhida e talvez somente agora esteja saindo do 'ninho', da 'casca do ovo'. Ter compreensão sobre mim mesma e sobre a vida, ser disciplinada, responsável, determinada para o que quero, ter resignação, paciência e simplicidade, faz parte do meu jeito de ser e é muito benéfico, mas no reverso da moeda, em algumas pequeninas situações, me falta coragem, senso de iniciativa, de interesse, de capacidade, auto-segurança, enfim, o que move a pessoa a desbravar o mundo exterior com aventura e bom-senso. Descobri através de um livro que o desinteresse existente no ser humano (meu comodismo), muitas vezes é gerado como uma forma inconsciente de esconder a fragilidade que o indivíduo sente ao ter de lidar com determinados desejos ou necessidades pessoais. É difícil assumir isso, mas acho que boa parte do meu desinteresse pela vida profissional se deu exatamente por me julgar aquém das atividades do mercado de trabalho ou da postura humana que se deve desempenhar no meio social. Lidar com isso é doloroso, mas é uma superação muito gigante, principalmente para mim! Não vou dizer que estou feliz ou me sentindo realizada por estar iniciando um caminho profissional, mas garanto-te que estou me sentindo um pouco mais em paz com minha consciência perante o coletivo. Isso me faz muito bem, pois me confere senso de utilidade.
Tudo ainda está recente, mas já tive de readaptar meus horários. Hoje mesmo tive de acordar bem cedo para ir a biblioteca. Como vou e volto andando, já fico quite com a caminhada do dia. A tarde eu vou trabalhar e creio que não terei muitas novidades para relatar, pois enquanto telefonista a rotina é a mesma de sempre: atender telefone e fazer telefonemas. Falando a respeito do que lhe escrevi no e-mail anterior sobre as minhas personalidades internas, estarei nos próximos dias dividindo-me em treze (talvez deixe para o próximo mês) a fim de saber qual parte de mim me move numa direção (atitude) e noutra. Também tentarei identificar-me duplicada ou triplicada nos sonhos para saber quais são os meus conflitos internos mantidos de forma inconsciente. Cada uma das partes da gente puxa a 'sardinha' para si e precisamos harmonizar a situação para não termos sentimentos dúbios ou muito mutáveis. É preciso entender, compreender e saber lidar com as partes divergentes de nós mesmos. Aos poucos eu vou amadurecendo a ideia sobre como autoanalisar-me nesse sentido. De resto, para finalizar, envio-lhe essa frase que postei no meu Orkut e MSN: 'Se eu fosse má caráter eu poderia estar rica ou talvez já estivesse morta, mas eu preferi inúmeras vezes ser humilde, resignada, paciente e moralmente correta, talvez mais do que devia. Pago diariamente o preço do zelo da minha integridade e individualidade'. É isso, logo vos escrevo mais. Um super abraço e até outra hora”.

sábado, 3 de julho de 2010

Eu e as muitas de mim...


“Olá! Você me escreveu que anda abatida do seu emocional. Pois proponho-lhe um pacto que fazia na época em que tinha aulas religiosas na escola Adventista. De hoje até o dia 7 rezarei por você e, assim que ler meu e-mail, fará o mesmo por mim durante uma semana. Essa troca de generosidade costuma fazer bem. Comigo está tudo nos conformes, mas algo me pegou de surpresa e ainda estou atrapalhada com um fato inesperado: um emprego com noventa dias de experimentação inicial divididas em duas etapas de quarenta e cinco dias. Por enquanto prefiro não detalhar nada, pois sinto que muita 'água está prestes a correr debaixo da minha ponte' e tudo pode acontecer. Por melhor que seja, preciso sim de muitas preces e é por isso que estou lhe propondo esse acordo de uma pedir bênçãos a outra. Estou numa situação que todo tanto de prece me parece pouco, pois interiormente me sinto pequena perante o que a vida me oferece, mas sobretudo estou confiante, pois sei que tenho força espiritual para enfrentar o que tiver de ser.
Mudando de assunto, resgatei refiz a descrição das minhas personalidades interiores já anotada no dia 11 de setembro do ano anterior. Eis os arquétipos que realmente julgo fazerem parte de mim mesma:
1 – 'Gardênia': ela é uma eterna jovem dançarina que parece ser até profissional. Ela dança com suavidade e gosta muito disso, pois a faz sentir-se mais social, feminina, alegre, cheia de luz. Infelizmente ela só pode sair para dançar quando arruma carona, o que não é tão fácil. Quando não dá ela dança em casa mesmo, se solta na frente do espelho e ri de si despreocupadamente como se houvesse um grande público atônito a observá-la. Ela também queria ser pianista, mas acabou abrindo mão de tal desejo. Ela adora fazer perfumes, sente-se atraída por ambientes perfumados, místicos, com flores e arte. É atraente, contagiante, alegre, bem disposta, cheia de charme. Usa roupas que possam lhe dar mais poder sensual, sem vulgaridade, mas com uma ponta de libidinosidade. Se pudesse ela teria uma casa simples, levemente espaçosa, com jardins floridos, peças rústicas, cortinas, tapetes e almofadas com detalhes brilhosos e muitos quadros nas paredes para todos dizerem que sua casa parece um mini palácio exótico. Em seus anseios mais profundos ela seria uma madame daquelas que fica boa parte do dia tomando sol na beira de uma piscina enquanto bebe água-de-coco.
2 - 'Ane': é uma criançona travesa, lerda, mimada, ciumenta e que gosta de se fazer de carente para receber mimos e atenção. Tem um jeito tímido de conversar cantado, é muito sensível às críticas e chora com facilidade. Ela quer levar uma vida de princesinha, ter tudo nas mãos, somente brincar e se divertir. Ela não quer crescer jamais, não quer perder o colo dos que estão ao seu redor. Por vezes ela tem medo da vida, dos outros, de tudo e sente necessidade da proteção alheia. Ela é descontraída, gosta de falar bobagens sem sentido e se fazer de boba, pois se diverte muito com isso. Em alguns momentos ela sente necessidade ou vontade de mentir, mas desde algum tempo vem aprendendo que isso é feio e desnecessário. Ela gosta de dormir sem ter hora para acordar e ficar atoa contemplando a vida, analisando seus próprios pensamentos, fantasiando um monte de situações mágicas das quais gostaria de vivenciar. Quando atrapalham seus momentos de lazer ela se irrita e reclama sem parar.
3 - 'Ágape': tem jeito de vovó. Por vezes dá uma de massagista ou benzedeira, mas seu forte é trabalhos manuais. Ela ama distrair a mente fazendo tricô, crochê, desenhando, pintando, plantando (cuidando de suas plantas) ou qualquer coisa manual. É cheia de habilidades e faz sapatinhos de bebê para doar as mães carentes. É simples no vestir, usa qualquer tipo de roupa, é humilde e reservada. Não se importa com a aparência e prefere roupas confortáveis. Sua vida só está bem se o contato com o verde vivo for possível. Gosta de mato, fazenda, cheiro de curral, cavalgada, banhos de rio, cantado de pássaros, comida caseira de fogão de lenha, descansar num campo gramado, correr nas plantações de milho, colher flores, alimentar-se de coisas retiradas da horta e do pomar. É criativa e vê sempre o lado bom de tudo mantendo-se grata, mas também tem seus momentos de ser rabugenta, sistemática e intolerante.
4 - 'Maori Orima II': é um grande irmão. É meu primeiro animus. Não é um rabi e nem vive na Galileia como seu antecessor. Ele é um jovem carismático, simples, generoso e muito amigo que defende quem ama custe o que custar. É aberto para a vida, espontâneo, ativo, descontraído e alegre. Adora ser convidado para festas e bailes, pois é aproveitador e se delicia em comer e beber de graça. Ele gosta de surpreender, ser gentil e agradar, pois tem um coração imenso. Veste com trajes mais sociais e tem porte altivo, o que chama a atenção dos outros. Ele é seguro de si, pois sabe de suas potencialidades e talentos, não se subestimando com os defeitos que trabalha para extirpar de si. Ele prefere acolher a ter de aconselhar.
5 – 'Mateus Eduardo': sua atividade de lazer preferida é fotografar, mas seu trabalho é atender às pessoas. É meu segundo animus. É cauteloso e percebe tudo ‘no ar’. Ele se sente insuficiente para responsabilizar-se por um envolvimento mais profundo com as pessoas e prefere se distanciar das mesmas. Ele é inseguro mediante o mundo em si e por vezes chega a ser submisso à 'Virgínia', a qual o pressiona, o constrange e o rebaixa, torturando e sugando-lhe todas as energias.
6 - 'Alra': ela é uma mulher estudiosa dos sonhos que, se tivesse condições, faria psicologia analítica. Fascinada pelo poder de autotransformação causado pela análise dos próprios sonhos em sua vida, decidiu que nunca mais os deixaria de lado, pois é através deles que ela consegue harmonizar seus arquétipos, bem como dissolver os conteúdos autônomos indesejáveis. Além disso ela é uma profissional que trabalha mais para ser útil no mundo do que por dinheiro em si. Seu trabalho lhe confere liberdade, autonomia, independência e maturidade conquistada com fé, esforço e boa vontade.
7 - 'Eugênia': uma zelosa futura mãe, futura dedicada esposa e exímia dona de casa. Gosta de crianças e deseja ter seus filhos. Tem desejo em ser boa esposa e cumprir seu dever como dona de casa. É divertida, brincalhona, esperta e organizada. Gosta de tranqüilidade, é romântica, compreensiva, carinhosa, serena e otimista. Algumas vezes é preocupada, noutras tem vontade de colocar todo mundo no colo e passar a mão na cabeça doando consolo. De negativo ela carrega a vontade gigante de encontrar um príncipe encantado e de viver uma história de conto de fadas. Por vezes ela projeta os arquétipos masculinos (meus animus) nos homens, e isso a faz decepcionar-se com facilidade perante as posturas alheias. Além do mais, isso a faz ser mais sonhadora do que prática perante a vida e os relacionamentos.
8 - 'Pérolla': é uma religiosa eclética que vai em qualquer local religioso quando lhe dá vontade e reza o mais que consegue ou necessita. Sua força provém das companhias espirituais que acredita ter. Gosta de tudo simples e rústico. Gosta de executar a caridade e inclusive tem mediunidade em desenvolvimento. Gosta de estar sozinha, fazer longas caminhadas, meditar junto à natureza. É reservada, tímida, conformada, acomodada, econômica e pacata. Leva a vida com muita tranqüilidade e não gosta de se preocupar com nada, pois sua fé só lhe permite crer, agir com o coração e ser humilde e resignada. Se pudesse ela teria se tornado uma freira, ou então teria dedicado sua vida somente a trabalhos religiosos. Outro detalhe: ela não é cartomante, mas deita as cartas do tarô para si e vive desenvolvendo sua percepção estilo sexto sentido. Quando ela 'advinha' algo do futuro fica incrédula consigo mesma, admirando o fato de ter talentos místicos de verdade. Quando dá ela faz exercícios próprios para energizar os chakras.
9 – 'Carlotinha': é uma quase atleta. Com o passar dos anos ela descobriu um prazer inseparável: exercitar-se. Diariamente ela faz uma atividade física, seja corrida, caminha ou ginástica em casa. Quando encontra algum impedimento que alcança um mínimo de três dias, fica irritada e insuportável. Ela é atlética, cheia de energia. Exercitar fisicamente a faz sentir-se bem com o próprio corpo, tanto com relação a saúde quanto com a aparência. Ela leva isso muito a sério e para completar procura alimentar-se o mais saudável possível. Se lhe fosse possível, também praticaria natação, pois adora tal esporte.
10 – 'Vingínia': Uma jovem muito recatada, durona e puritana. Ela é extremamente caseira, não gosta de muitos envolvimentos e tem regras para tudo sendo bem rígida consigo mesma em seus padrões de comportamentos fixos. É introvertida e não gosta de ser importunada. Ela vive fazendo cobranças e exigências, pois se exige ser perfeita e faz o mesmo com todos. Parece uma general de quartel. Esse seu jeito transparece uma certa arrogância irritante, mas ela assim o é para o bem de todos. É intempestiva e na mesma hora em que está bem pode se zangar e fechar a cara, mas não é de guardar rancor de ninguém. Ela é uma pessoa de difícil convivência, mas que não abre mão do seu jeito de ser e são os outros que precisam ter jogo de cintura para lidar com ela e chegar num acordo favorável ou razoável. Por vezes ela me assusta, noutras nem eu gosto dela.
11 – 'Miguel': é escritor, pesquisador e leitor ávido. É meu terceiro animus. É conservador, mas também flexível e está sempre pronto para aprender algo novo. Gosta de cantar, assoviar e principalmente conversar consigo mesmo em voz alta quando está sozinho. É um pouco desleixado com sua aparência e bastante caseiro. Ela adora ler tudo que lhe traga um acréscimo moral ou cultural. É eficiente, perfeccionista, muito disciplinado e determinado. Exige tudo feito conforme as prioridades e com dedicação. É sério e concentrado. Gosta de dividir seus aprendizados através da escrita e utiliza a internet para trocar seus pontos de vista com as demais pessoas. Busca sempre a inovação e usa sua criatividade para tal. Mas ele tem seu defeito básico: quando está nervoso é um perigo, parece um bruxo malvado e acha que é o dono da razão.
12 – 'Ameth': um conselheiro espiritual cheio de sabedoria e serenidade. Ele é uma mistura de animus e anima. Zela de mim com muito gosto quando o procuro.
13 – 'Sândalo': É um aventureiro que adora viajar e se pudesse viveria disso. É meu quarto animus. Por vezes assume uma postura patriarcal, noutras parece um guerreiro selvagem. Ele gosta de novidades e só se sente bem disposto a alguma tarefa se houver algo diferente acontecendo ou lhe chamando a atenção. É distraído, largado no mundo da despreocupação. Muitas vezes é relapso e noutras, geralmente quando encontra a monotonia, é triste, sente cansaço e morbidez. Muitas vezes o encontro querendo morrer, falando um monte de tolices que fazem parte de sua baixa-estima. Daí tenho um trabalhão para contagiá-lo de força sem ser contaminada pela sua descrença tediosa.
É isso. Vou tratar de lidar com esse pessoal interno para fazê-los serem uma boa equipe para mim. Vou assumir a liderança de minha individualidade pura junto a cada um deles e buscar harmonizar quaisquer conflitos que tendam a perdurar perturbando a minha serenidade, meu potencial ou bem-estar”.

A maior verdade da vida...

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Revelando-me ao mundo!

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O DESAFIO DE LIDAR COM A 'PERSONA'...