Pois depois de uma ponte ou outra...

O caminho continua rumo ao infinito!

A finalidade desse blog:

“Resolvi criar esse blog como um incentivo de força para ajudar-me a ser uma pessoa esplendida através da coragem de ser autêntica e espontânea, duas características que muito me cobro, duas qualidades que sempre me desafiaram a possuí-las e que dificilmente consigo ter na prática do dia-a-dia. Sempre preferi ficar calada para não entrar em conflitos ou não ter que ser falsa, pois nunca consegui impor respeito ao que penso e assumir minha individualidade expressando-a abertamente para defender o que sinto e sou em minha essência. Hoje sei que posso ser educada e humilde sendo verdadeira, exigindo respeito alheio, dizendo não corajosamente mesmo sabendo que vou desagradar o outro ou até provocar desavenças. Hoje eu percebo que é melhor enfrentar desavenças com alguém do que deixar esse alguém nos manipular, mandar e usar como se fossemos um objeto disposto a cumprir caprichos do egoísmo, da incompreensão, da intolerância, da inflexibilidade, da prepotência, da vaidade ou da falta de respeito alheia. Eu preciso ser Eu independente dos outros gostarem ou aprovarem o que sou. Eu preciso ser Eu sem fazer de conta que sou outra pessoa. Eu preciso viver o que sou sem agonia para tentar transparecer o que não sou. Preciso provar para mim mesma que posso arrancar esse vicio maldoso da minha personalidade medrosa. Estou cansada de fazer de conta e há anos as juras de ser verdadeira ficam apenas nas promessas de tentativas frustradas que nunca se efetuam. Dessa vez estou me propondo uma promessa diferente: todas as vezes que eu conseguir ser fiel ao que penso e sinto expondo o que sou sem constrangimento, medo ou culpa, recompensar-me-ei com uma escrita de parabéns postada nesse blog. A principio ele vai ficar meio vazio, mas esforçar-me-ei para postar muitos episódios de coragem nele. Eu sei que posso muito mais do que eu penso que posso. Eu sei que posso tudo o que eu quero e dessa vez não estou disposta a fracassos. Chega de viver de intenções, eu quero ser o que sou de verdade. Sei que sou esplêndida, mas ainda posso ser muito mais...” (22/01/2010)


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tendo paciencia...


“Olá para todos! Meu dia teve alguns afazeres básicos como ir com minha mãe a lotérica, ao supermercado, a casa de vovó e ao parque correr. E foi durante esta ultima atividade que recebi os conselhos (quase uma bronca) de 'Ameth'. Há dias que ele vem me pedindo constante paciência, resignação e confiança, mas embora pareça fácil (claro que não é), eu confesso que não estava bem. Desde que fui dançar fiquei com gostinho de quero mais e milhares de desejos, desde muito represados em nome dessa tal paciência, vieram à tona de uma só vez. Depois disso veio a questão espiritual e mais um monte de antigos planos aprisionados dentro de mim cutucaram meu coração. Sempre deixando minhas aspirações de lado para esperar os ensejos divinos conduzirem os fatos do meu destino. Sempre tendo de me contentar com o que tenho sem dever buscar nada além. Sempre tendo profunda fé para crer que o melhor se realiza sem necessidade de eu abalar-me por conta dos meus caprichos infantis e ignóbeis. Sempre tendo de dizer a mim mesma que “Pajib” conhece-me por inteira e que colherei o que é meu por direito. Entretanto, esse sempre também tem seus déficits. 'Ameth' disse que é para eu esquecer sonhos, desejos, anseios, vontades, enfim, qualquer coisa que signifique algo semelhante e que me faça ficar esperançosa, com expectativa, ansiosa e, junto a tudo isso, triste e descrente ao mesmo tempo. Ele disse que não é para eu esperar nada e nem se quer torcer por qualquer coisa, mas apenas estar em paz e feliz, pois não devo ser escrava das minhas necessidades e merecimentos. Tenho de continuar firme na velha lição de estar e ser feliz independente das tristezas que possam me abalar ou das alegrias que me fazem querer mais e mais êxitos. Não devo ficar presa as boas realizações para ser feliz, pois minha felicidade deve estar ligada ao Criador e não às oportunidades insignificantes de poder dançar, namorar, viajar, etc. Estou firme fazendo de tudo para seguir tal conselho e já me sinto ligeiramente melhor. Preciso continuar confiante e crendo que apenas o melhor virá, pois posso e devo ser feliz independente de conseguir realizar uma vontade aqui e um desejo dali. 'Ameth' me garante que a vida tem planos muito maiores para mim do que os simplórios desejos que cogito. Não é sábio de minha parte sofrer e permitir que a descrença e tristeza tomem conta de mim por falta de determinadas realizações, pois não são estas que me farão mais ou menos feliz, mas sim a minha auspiciosa vontade de estar com 'Pajib' e ser feliz.

É isso, vou remoer a lição: a pessoa sábia vive contente, seja qual for a situação em que esteja. Seja o que for que tenha, ela vive alegremente e agradecida. Sua alegria não é dependente de nada, de nenhuma outra causa. Sua alegria é baseada na compreensão interna de que jamais atingirá a felicidade a partir do externo, pois isso inicia-se nos desejo e termina nas lágrimas. Viver sem desejo é viver em contentamento, é viver sem nenhum anseio por mais. Então, tudo se torna mais do que suficiente. Ou vivemos com desejo ou com gratidão. O homem que vive em desejo não pode ser grato, ele pode somente reclamar e se desgostar. Ele sempre terá algum rancor contra a existência. Mas o homem que não tem nenhum desejo, tem somente gratidão. Até mesmo aquilo que lhe é dado, é mais do que sempre mereceu, pois assim dita sua humildade perante a existência.
Adiantando o assunto, quando foi nove e meia horas da noite a 'Yllaria' me ligou dizendo que ia ao tal local chamado Inácio's. Já ansiosa aguardando seu contato disse que ia também e assim o fiz quando ela passou aqui em casa uma hora depois. Pena que não gostei do local por vários motivos: primeiro que lá é pequeno, segundo que o ingresso custa o dobro dos demais locais, terceiro que havia uns casais dançando muito bem e isso provoca descontentamento em não ter meios de dançar no mesmo nível, quarto que eu estava vibrando de vontade de encontrar o Marcelo que não apareceu por lá e, quinto, eu continuava com uma super dor de garganta. Para piorar minha mãe está voltando as chatices de indiretamente dizer (só por eu estar indo dançar) que não tenho minha vida financeira independente, que ela está de idade, doente, isso e aquilo. É assim, se sou econômica e não faço gastos ela reclama, mas quando resolvo fazê-los apenas para aproveitar as boas oportunidades que o destino me concede, eis que ela vira um caos, passa a noite toda sem dormir (diz que não consegue dormir comigo fora de casa) e depois despica céus e terra comigo. Acabo ficando mais aborrecida do que feliz. É difícil não deixar-me abater. Eu nunca saio, mas quando dá e consigo, tenho de aguentar duras consequências que me fazem ficar muito focada em minhas negatividades e dilemas pessoais. Sinto falta de tanta, mas tanta coisa! Queria que tanta coisa fosse diferente! Mas não tenho melhor alternativa do que seguir os conselhos de 'Ameth': ter tolerância para com as situações das quais não posso mudar e força perante as que estão no meu controle de escolha e atitude. A vida é assim e exige esse 'jogo de cintura'. Em resumo: estou desanimada com as danças e esperançosa de que algo melhore através do terreiro da 'Neci'. Abraços, luzes e até depois”.

sábado, 12 de junho de 2010

Tentando entender a vida...

***

“Alra” acordou cedo e foi para a casa de “Belalú” chegando lá as oito horas conforme combinado. Depois de esperar esta terminar de se arrumar, ambas foram para o ponto de ônibus e seguiram até o terminal central, pegando outro ônibus (o qual demorou muito para passar) para o bairro desejado. Eram dez horas quando lá chegaram após “Belalú” parar um caminhão de lixo para pedir informações do endereço ao motorista dele (“Alra” admirou a coragem de “Belalú” imaginando que nunca teria tal ousadia). Depois de aguardarem um bom tempo enquanto “Neci” (a mulher dona do terreiro) se arrumava em sua casa, a qual ficava ao lado do próprio terreiro, “Alra” e “Belalú” foram atendidas. “Neci” olhou muito para “Alra” e a primeira coisa que comentou com ar de indagação foi “você tem muita vontade de morrer”. Tirar uma verdade dessa naquele momento surpreendeu “Alra”, pois de aparência ela mantinha-se alegre e bem disposta. “Alra” confirmou dizendo que nunca gostara de viver, que sofrera muito a vida toda por não ter vontade de nada, por não conseguir ter planos ou vontades definidas para seguir. Por mais que tivesse boa vida e fosse feliz por esforço próprio, faltava-lhe o principal: uma razão, um direcionamento, um entusiasmo para viver. Superficialmente ela se considerava uma pessoa feliz e de sorte por ter se forçado a ser e se ver com tal otimismo, mas interiormente ela sentia um enorme vazio, um peso desastroso, corrosivo e degradante. No fundo ela sabia que nunca tivera uma vida normal por inúmeros motivos: não tinha vaidade nenhuma, vivia se privando de tudo por ser muito mesquinha, sempre tivera inúmeros comportamentos incompatíveis com sua idade (parecendo ora uma criança dependente e indefesa e ora uma idosa sistemática), passara a vida sendo uma tímida enclausurada em si mesma, não houvera se encontrado profissionalmente e afetivamente, era muito autocritica, não encontrava fundamento que lhe fizesse sentir prazer de viver, etc.
“Neci” disse que ela tinha do seu lado um obsessor forte de longa data e um espirito que estava programado para reencarnar sendo seu filho, o qual era seu karma. Ela comentou que “Alra” já sonhara com ele, mas ela não tinha como saber quem seria uma vez que sonhava com muitas pessoas diferentes e não se recordava de nenhum sonho com um filho. “Alra” comentou do seu imenso cansaço, de sentir-se como se já tivesse uns oitocentos anos e também das suas dores nas costas cujos exames médicos não apontavam problema algum. “Neci” confirmou que tudo era relacionado ao lado espiritual, como se “Alra” já não estivesse cansada de saber disso. Também disse que “Alra” era médium e seus sonhos de incorporação ou relacionados a isso era exatamente por estar compensando a falta de desenvolvimento mediúnico, de forma que ela realizava trabalhos do gênero com seu espirito desprendido do corpo durante o sono. Ficou confirmado que ela tinha uma mediunidade 'pesada' provinda de grande dívida espiritual e trabalho de caridade em centro kardecista não seria suficiente, pois o compromisso dela era com entidades ligadas a umbanda e fugir disso só seria pior. “Neci” disse que ela tinha acessividade de muitos espíritos bondosos que queriam trabalhar no bem através dela. Foi explicado que o mundo todo ainda precisaria de muita ajuda de pessoas com mediunidade fazendo o bem, principalmente entre os dois próximos anos, pois haveria fatalidades devastadoras sobre a face do planeta.
Ficou combinado de “Alra” retornar lá na sexta-feira e levar sua mãe junto, a qual tinha sua ligação de envolvimento na historia toda. “Neci” pegou o nome de “Alra”, sua mãe e irmã (a qual pelo visto também precisava de ajuda) dizendo que ia fazer a firmeza. Depois ela disse que “Alra” ia se sentir melhor, mas deixou claro que o processo de desobsessão seria longo e difícil por ser isso também um karma para ela. O indicado era trabalhar o mais rápido possível a sua mediunidade atrasada para livrar-se de cobranças e ganhar maior proteção e apoio espiritual, a fim de conseguir cumprir o que estava destinado para si, como por exemplo o filho que deveria ter. Pensar nesse filho encheu “Alra” de emoção, mas sobretudo ela voltou preocupada para casa imaginando a vida cheia de dificuldades e responsabilidades que ela teria pela frente por conta de ter que desenvolver sua mediunidade e também pelo obsessor que, supostamente, nenhum local religioso até então conseguira retirar de perto dela. Quem seria esse obsessor e esse filho? Será que algum dia a vida de “Alra” entraria numa normalidade quanto ao trabalho religioso, ao lado profissional, afetivo, conjugal e maternal? O destino parecia estar sendo destravado lentamente e alguma coisa lhe dizia que isso ainda era apenas o começo de uma longa história que somente o tempo poderia desvendar.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Lidando com a sinceridade e a vulnerabilidade de se expor...

***
Para quem acompanha meu blog principal, "Alra" sou eu relatada em terceira pessoa:
Ao entardecer “Belalú” ligou para “Alra” dizendo que conseguira saber de um centro de umbanda no bairro Roosevelt e ambas marcaram de ir nele saber maiores informações no sábado pela manhã. “Alra” realmente estava sentindo imensa falta de ir a um local do gênero, mesmo que não houvesse intenção (ao menos inicialmente) de frequentá-lo, fosse fora ou dentro da corrente dos médiuns. Restou-lhe torcer para que tudo desse certo. À noite “Yllaria” lhe telefonou para saírem. Elas foram até a Ufu donde ela encontrou uma amiga. Teria um forró por lá, mas como esse começaria no mesmo horário do Sintonia, resolveram seguir para lá. Entretanto, “Yllaria” resolveu ir até a sua casa primeiro para deixar o carro e as três foram no carro da amiga. “Alra” sentia-se no céu por estar voltando a ativa vida de dançarina. Lá ela encontrou-se primeiramente com o “Jopi”. Enquanto dançavam ele perguntou se ela aceitava uma água ou refrigerante e ela disse que não, mas sendo direta e sentindo liberdade disse que, se ele quisesse pagar sua entrada, ela aceitaria. Ele o fez dando-lhe o dinheiro disfarçadamente num outro toque de música. “Alra” estava sentindo-se muito bem e autoconfiante com sua postura espontânea e autêntica. Ela finalmente já estava sentindo o quanto fora tola buscando defesas destorcidas. Sendo franca e sem receios de expor seus pensamentos, sentimentos e vontades, ela sentia-se livre e segura como nunca. Entretanto, ela estava principiando em tal enorme vitória e ainda lhe faltava ser mais ousada, ou melhor dizendo, faltava-lhe ter mais iniciativa de revelar-se ao mundo.
“Alra” também dançou com vários outros homens e alguns dançarinos contratados pelo local. Entre eles estava o “Marcelo” que chamou-lhe para dançar um bolero. Embora estivesse destreinada e não soubesse todos os passos, ela soltou sua dose de audácia, já que ele era um bom condutor. Ah, como era bom dançar com alguém que sabia dançar e melhor do que isso, alguém com quem ela já fora um teco mais intima! A primeira coisa que ela disse para ele foi sobre o endereço do MSN e ele disse que “Alra” deveria ter entendido errado por desinteresse (isso pareceu uma recorrência da imaturidade que ele apresentara cerca de três anos atrás quando iniciaram um namoro que não deu certo). Ela desdisse-o e completou dizendo que levara caneta só para anotar direito, entretanto, ela não fez isso logo depois da dançar pensando de fazer no final, mas daí, quando “Yllaria” lhe chamou para irem embora, ele estava dançando e ela acabou ficando sem o endereço de contato outra vez. Que mancada! - foi o que ela pensou posteriormente aprendendo a lição de que nunca deveria deixar para depois algo que realmente quisesse e que não existiria melhor oportunidade para atingir seus intentos do que na primeira ocasião favorável a surgir. Com a proximidade da dança, “Alra” suspirou por “Marcelo”, mas infelizmente nenhum sinal além de amizade vibrou no ar. Ele era um homem que “Alra” não deixaria escapar pela segunda vez, pois agora ela já sabia valorizar um companheiro sem o rigorismo de esperar dele uma boa estrutura profissional e financeira ou das condições dele de levá-la para passear. Infelizmente não fora de tal vez que dera certo dela pegar o contato dele, mas se isso de fato tivesse de acontecer, o tempo se encarregaria de fazer dar certo.
Na volta “Yllaria” comentou que não gostara do Sintonia em tal dia e que estava decepcionada. “Alra” sabia o motivo disso: ela só aceitava dançar com os disputados dançarinos e isso a tornava inflexível para a diversão em si. “Alra” dançava com todos os que lhe convidavam, mesmo que fosse menos com uns e mais com outros (que lhe agradavam). A única coisa que “Alra” não estava gostando era de “Yllaria” voltar tão cedo para casa por conta de ter que trabalhar no dia seguinte. Se dependesse de “Alra” ela ficaria até o baile acabar e ainda ficaria mais tempo depois disso conversando com uns e outros como fazia na época de sua madrinha “Air”. O “Jopi” despediu-se duas vezes, mas foi ficando e só resolveu ir embora de vez quando “Alra” levantou-se para ir. Em sua opinião o passeio fora muito bom e seus sentimentos lhe diziam que muita coisa boa ainda estava por acontecer. Tudo parecia um sonho real e “Alra” não tardava por esperar!

sábado, 5 de junho de 2010

Sapatinho de hoje! Feito pela mamãe...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eis-me eu...



“Mais uma vez vou colocar as minhas exclusividades sobre a mesa e evidenciá-las.
Concepção: Eu sou aquela que tentou suicidar-se ainda no ventre materno, mas ao invés de morrer, voltou para o inferno de existir.
Nascimento: Eu sou aquela que foi gerada no repouso, nasceu na velhice, sobreviveu aposentada e cresceu já sem forças, cansada de tudo, indiferente para com todos.
Primeiro ano de vida: Eu sou aquela que sofreu e chorou no escuro, escondida em baixo da cama, desprotegida, amuada, atemorizada na espera do pior.
Aos dois anos: Eu sou aquela que mal aprendeu a engatinhar e já se perdeu numa gigante e escura floresta cheia de animais ferozes. Não obstante, sofreu da possibilidade de desenvolver uma lacuna na personalidade devido a uma identidade psicologicamente prejudicial e complexa. Foi isso que deu ter o vértice em Aries.
Aos três anos: Eu sou aquela linda boneca de porcelana que tentou andar, mas caiu, quebrou-se, ficou espatifada sem conserto e, ao invés de lamentar-se, teve de render graças por não ter sido jogada aos cacos no lixo e nem ter sido largada no educandário donde foi deixada mesmo chorando desesperada.
Aos quatro anos: Eu sou aquela princesa dependente que começou a entender o mundo e virou uma gata borralheira, desastrada e intolerante mas que pensava se deveria ser ou não uma revoltada.
Aos cinco anos: Eu sou aquela serpente da discórdia e queda de Eva e Adão do paraíso. Uma víbora cheia de sabedoria que carregou sua culpa existencial de possuir poderes malignos de manipulação oriundos da inveja e do ciúme.
Aos seis anos: Eu sou aquela que desejou amor e recebeu indiferença, mas nem assim conseguiu ser ingrata ou vingativa, talvez por conta do meio do céu estar em Sagitário.
Aos sete anos: Eu sou aquela apática e dissimulada que, pisando sobre a autoestima, mentiu e disfarçou como se fosse a pior pecadora do mundo tentando esconder os defeitos que estavam escritos, desenhados e expostos em sua cara.
Aos oito anos: Eu sou aquela boazinha que deixou todos fazerem o que queriam consigo, que sempre tirou as melhores notas na escola, mas que nem assim recebeu a recompensa do apreço alheio idealizado.
Aos nove anos: Eu sou aquela que não foi percebida, que entrou calada e saiu muda, que preferiu não distanciar-se do mundo da fantasia por não suportar o jogo narcisista de desprezar e ser desprezada.
Aos dez anos: Eu sou aquela ameba alvo de críticas que todos descontaram a raiva chamando de pamonha, parva, mongol e daí por diante. Acho que fui ridicularizada pelo meu próprio Quiron em Gémeos.
Aos onze anos: Ainda sou essa que, ou não vive no meio termo, ou não sai de cima do muro. Sempre prudente, responsável, séria, determinada e pragmática com meu Júpiter em Capricórnio.
Aos doze anos: Ainda sou essa que não precisa da pena de minguem, pois aprendeu a suportar o desrespeito e a incompreensão alheia com seu Saturno em Escorpião.
Aos treze anos: Ainda sou essa que aceita resignadamente o que não consegue mudar e vive humildemente a imperfeição indesejável de ser humana.
Aos catorze anos: Ainda sou essa sem vaidade, sem ilusões, que se julga por vezes o patinho feio do mundo, desconsolado, faminto e friorento de um afeto que não sabe dar e nem receber.
Aos quinze anos: Ainda sou essa auto-policiadora que quer ser certinha em tudo, mas que nasceu mais torta do que uma árvore do cerrado.
Aos dezesseis anos: Ainda sou essa que entrou no complexo de édipo, ficou viúva do próprio pai e nunca mais quis saber de homem algum. Procuro o amor incondicional pelo idílio da maneira mais clássica, como descrita na literatura do século 18! Consequência de ter Vênus em Libra.
Aos dezessete anos: Ainda sou essa que só brinca de viver, que escreve, desenha, faz crochê, tricô, mexe nas plantas, faz adubo do lixo, come gororoba, dança, faz ginástica, enfim, vive na utopia tola e pueril de ser uma adulta-infantil. Caberia nisso meu Netuno em Sagitário?
Aos dezoito anos: Ainda sou essa que egoísta autocentrada faz a mãe se sentir culpada a indagar pelos cantos: 'o que vai ser da minha filha? Onde foi que eu errei?'
Aos dezenove anos: Ainda sou essa quase imprestável que nada quer, que vive isolada para não ter de escutar a opinião alheia sobre sua própria situação, que não sabe para quê foi criada e nem como vai sobreviver, mas que espera um socorro milagroso cair do céu, feito um raio no meio de uma noite escura de tempestades.
Aos vinte anos: Eu fui aquela que lamuriou a oportunidade estranha de ter feito uma faculdade paga que não serviu para nada. Mas amei estudar e nunca vou me cansar de ser uma investigadora de tudo, principalmente de mim mesma. Eis meu Urano em Sagitário!
Aos vinte e um anos: Ainda sou essa ociosidade que senta para ver a vida e contemplar o tempo que passa por cima da cabeça. Por vezes tenho de aguentar um conselho daqui, uma critica dali, ou um ataque de lá, mas o faço bem sentadinha e, ademais, virgindade será sempre uma constante: é o meu signo solar ou zodiacal.
Aos vinte e dois anos: Ainda sou essa que faz companhia para a mãe dormindo depois do almoço e trocando o dia pela noite. Sair da toca nem pensar e revelar sentimentos pessoalmente menos ainda... culpa do signo lunar, quem mandou a minha lua ir cair em Capricórnio?
Aos vinte e três anos: Ainda sou essa que mais pensa do que sente e mais sente do que faz, e por isso vegeta artisticamente cheia de fé, transcendendo o nível mundano, saboreando o lúdico e o misticismo que dá glória a instabilidade total e contraditória dos pensamentos e sentimentos que surgem em si. É isso que dá ter o ascendente em peixes.
Aos vinte e quatro anos: Ainda sou essa oportunista e aproveitadeira que espera o destino trazer um resto de sorte alheia esquecido ou largado numa bandeja.
Aos vinte e cinco anos: Hoje eu sou essa exclusividade que Deus criou e jogou a fôrma fora. Se não fosse uma antropomorfização eu dizia que Ele se arrependeu. Talvez um dia eu ainda o encontre para esclarecer essa dúvida... e tantas outras...
Aos vinte e seis anos: Talvez continue sendo essa que parece mais e mais, a cada dia, um caranguejo-ostra andando encolhidinho de fasto.
Aos vinte e sete anos: Continuarei sendo eu com alguns mistérios mais. Reconheça-me quem puder! Que mega desafio!
Aos vinte e oito e quem sabe daí em diante: Continuarei sendo o que Deus quiser de mim, goste eu ou o mundo...”

A maior verdade da vida...

A maior verdade da vida...

Revelando-me ao mundo!

Revelando-me ao mundo!
O DESAFIO DE LIDAR COM A 'PERSONA'...