Hoje vovó veio aqui para casa. Depois da complicação de trabalhar pela manhã, tomei um banho de casca de alho e aproveitei para tirar umas fotos a fim de fazer montagem no computador. Já que não posso viajar pelo mundo, me transporto da maneira como me é possível. O importante é satisfazer-me dentro das minhas limitações e possibilidades. Adoro meu talento e paciência de fazer as montagens fotográficas. Assim me vejo em todos os países desse mundão de meu Deus. Aliás, falando nisso, minha prima que retornou dos Eua esteve aqui com a irmã. É tão estranho situações como essa, pois lembro da infância e é como se o tempo houvesse passado para todo o mundo, menos para mim. Eu ainda me sinto aquela criança que só tem interesse de desenhar, escrever, ler e brincar. Vibra intensamente aquela sensação de ser completamente deslocada do mundo, da normalidade, da cultura na qual estou inserida. Pessoas com quem eu brincava na infância hoje parecem desconhecidas, como essas duas primas de segundo grau que estiveram aqui em casa hoje, como as outras duas primas “Japanyse” e “Anozama”, enfim, o mundo me é desconhecido, pois não tenho afinidade com absolutamente ninguém. Sou desinteressada do mundo social, dos ganhos financeiros, das vaidades inúmeras. Minha mãe diz que eu sou humilde, mas eu tenho as minhas dúvidas. Prefiro pensar que seja uma pessoa simples. Interessante é que a simplicidade gera tranquilidade de vida, mas também pode gerar tristeza se a pessoa não tiver controle mental e sabedoria emocional. Ser simples é ser deslocado do meio imposto e mantido pela sociedade, é não ter ambição e vaidade, é ser completamente anormal. Quantas pessoas já me taxaram de anormal como se eu tivesse uma deformidade mental por ser assim. Quantas vezes cercada de olhares críticos eu mesma me deprimi sendo crítica de mim mesma ao não ter interesses “normais” compatíveis às vaidades da adolescência e, posteriormente, às ambições da vida adulta. Por vezes me pergunto se essa falta de interesse provém do constrangimento que sempre senti perante o ambiente social. Parece um circulo vicioso: não gosto e não me interesso por situações e locais por sentir-me constrangia e, concomitantemente, me sinto sem graça exatamente por não estar gostando da vivência e não poder interagir-me com bom-humor, graça e leveza conforme as demais pessoas. Bom, só Deus para saber o que se passa com meu pobre e pequeno ser.
Frase postada no Orkut, Twitter, site-blog e MSN (Facebook): “Canto louvores a Deus como evangélica. Rezo novena como católica. Faço rituais como umbandista. Medito como budista. Pratico a caridade como espírita. E se alguém perguntar minha religião eu vou responder: o amor. Porque não se foi essa a religião de Jesus?”