“Olá para todos! Na parte da tarde estive a chorar. Nesses dias de tamanha sensibilidade física, estou emotiva. Chorei a dor da morte, pensei muito em meu pai e imaginei a tragédia que será ter de passar por isso em dose dupla quando vier a ocorrer com minha mãe. Não é a primeira vez que choro pensando na morte dessas duas pessoas, sem dúvida as mais importantes de minha vida. Papai se foi e mamãe não é imortal. Que dor isso causa e é daquelas dores sem remédio, que o tempo faz de conta que cura, mas em verdade é incurável, pois o tempo só aumenta a saudade e a própria dor da distância, do vazio que fica. O amor que ao outro liberta, no próprio peito aperta. É a vida, é a morte, é a realidade, é o vazio existencial, é a pluralidade dos mundos, das reencarnações, é a dimensão infinita do tempo, do espaço, da energia vital, é a insignificância e impotência humana devastadora e dolorosa. Sinto falta de quem já foi e sinto falta de quem um dia irá. Nada, absolutamente nada eu posso fazer. Rezar, foi o que fiz. Ao menos é um consolo, um paliativo ao coração que se sente despedaçado, solitário, amargurado, mas ao mesmo tempo conformado, compreensivo, resignado com sua fragilidade e impotência. Sou sozinha na vida e preciso me virar unicamente comigo. Não tenho ninguém, nunca vou ter, e se um dia tiver, esse alguém me poderá ser tirado. Nunca perdi nem jamais perderei alguém, pois não se perde o que não se tem e ninguém é de ninguém. Não sou só pois me tenho, mas estou só e sempre estarei. Haja força na solidão, haja fé na insignificância, haja paciência na escuridão e sabedoria perante a ilusão. Que haja luz perante a infinitude, perante o atemporal, perante o todo donde reside a vitalidade divina! Não chorei muito, mas chorei o que tinha de chorar e me dei por satisfeita em minha necessidade saudosista de relembrar o passado e imaginar algo previsivelmente dolorido do futuro.
Mudando de assunto, 'Pérolla' colocou as cartas do tarô para mim. Estou num momento de mudança pessoal, arrancando alguns males pela raiz, purificando meu ser espiritual (isso tem a ver com a catapora). Embora as incertezas existam, eu trilho e abro os caminho com proteção superior. Uma nova fase me espera em breve (morte, lua, papa, namorado, roda da fortuna, louco e mundo). Encontrarei um homem que vai mexer comigo, com minhas crenças e com meu senso de isolamento mais do que eu possa imaginar. Será algo marcante, mas talvez ainda demore mais um tempo para ocorrer. Não é de hoje que as cartas dizem isso sobre essa figura masculina em minha vida (imperador, força, torre, eremita, diabo, imperatriz e carro). De todo modo, dessa vez surgiu uma revelação: a figura masculina continua ligada a uma mulher mais velha que eu e, dessa vez, as cartas mostraram que ela não pertence ao mundo material, ou seja, deve ser mesmo a pomba-gira Rainha (morte, papisa e imperador na posição central). Há libertação e força ligada ao lado espiritual, ou melhor dizendo, estou espiritualmente me fortalecendo e me libertando (lua, julgamento e força na esquerda). Ainda há acontecimentos kármicos inesperados para ocorrer. O oráculo não disse se serão positivos ou negativos (papa, justiça e torre na direita). Perante as incertezas é melhor manter a prudencia e usar a minha sabedoria interior sem buscar concelhos alheios e externos (namorado, temperança e eremita na posição superior). Há um contraste a ser superado entre o naturalmente simples e o impressionavelmente complicado. Meus desejos se contrastam e se chocam nesse ponto. A confusão interior de sentimentos dúbios relacionados a isso se fará evidentemente gritante diante de uma situação que me surgirá mais adiante (roda da fortuna, estrela e diabo na posição inferior). Cheguei aonde tinha que chegar e não tenho muito o que fazer agora. Resta esperar o tempo trazer novos acontecimentos (louco, enforcado e imperatriz na extrema direita). Na fase vindoura, a qual parece estar um tanto próxima, novas atividades virão prometendo sucesso e triunfo pessoal (mundo, mago e carro na inferior direita). Dei-me por satisfeita apenas com tal leitura, sem nada precisar perguntar. Bem, isso era o que tinha a contar. Muita paz a todos e até qualquer outro dia...”
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